Após discurso de Fux, Bolsonaro volta a defender voto impresso: ‘Estão com medo de quê?’

Freddy stars
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Minutos depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, rebater as acusações sobre fraude nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e defender a aprovação da PEC do voto impresso, que tramita na Câmara dos Deputados – a proposta, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), enfrenta resistência de líderes partidários e deve ser rejeitada na comissão especial que analisa o tema. “Porque um não quer o voto democrático, temos que abaixar a cabeça? Estão com medo de quê? Qual o poder do presidente do TSE para ir ao Parlamento e rapidamente fazer a cabeça de várias lideranças partidárias para não ter o voto impresso?”, questionou o chefe do Executivo federal. “Repito publicamente aqui: temos que ter eleições limpas, eleições democráticas, que possam ser auditadas”, acrescentou, em evento de assinatura de acordo para a construção de cisternas em escolas.

Bolsonaro também ironizou um trecho do discurso de Fux, feito na abertura da sessão inaugural do segundo semestre de trabalhos do STF. O presidente da Corte afirmou que “o diálogo eficiente pressupõe compromisso permanente com as palavras”. “Ah, tem que ter cautela, cuidado com as palavras. O inimigo está aí, o risco está aí”, rebateu o mandatário do país. Em seu discurso, o presidente da República também disse que, “se errar”, pode renunciar ao cargo de presidente. “É uma briga para se manter no poder, para cumprir a missão. Se eu errar, não precisa de impeachment, vou embora”, afirmou. Ele acrescentou dizendo que não errou e “só Deus” o tira da Presidência. “Parece que não se pode falar a verdade. É ameaça de processo, até de impeachment. Só Deus me tira daqui, não errei. Dei o melhor de ‘si’, juntamente com meus ministros”, prosseguiu.

Como a Jovem Pan mostrou, Fux fez um discurso em defesa da democracia e das instituições. Sem citar nominalmente Bolsonaro, o magistrado disse que “a harmonia e a independência dos Poderes não implicam impunidade de atos que exorbitem o necessário respeito às instituições”. “Permanecemos atentos aos ataques de inverdades à honra dos cidadãos que se dedicam à causa pública. Atitudes desse jaez deslegitimam, veladamente, as instituições do país, e ferem não apenas biografias individuais, mas corroem, sorrateiramente, os valores democráticos consolidados ao longo de anos pelo suor e pelo sangue dos brasileiros que viveram em prol da construção da democracia do nosso país”.

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