Iza lembra momento em que trocou carreira publicitária pela música: ‘Me senti culpada’

Freddy stars
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O programa “Mulheres Positivas”, da Jovem Pan, trouxe como convidada da apresentadora Fabi Saad nesta segunda-feira, 2, a cantora, compositora, apresentadora e publicitária Iza. A artista é um exemplo bem sucedido de mudança de carreira, já que deixou a vida no mundo da propaganda quando se viu insatisfeita para entrar na música. “Não tem como não dizer que foi algo que demandou bastante energia e bastante equilíbrio emocional para poder passar por isso, porque eu me imaginava vivendo muitos anos de publicidade ou então como editora de vídeo, que foi minha especialização dentro da faculdade e a maioria dos empregos que eu tive fora”, pontuou. Quando decidiu que era hora de ir para a música, ela precisou lidar com a culpa de deixar de lado algo no qual investiu tempo e dedicação.

“Me senti um pouco culpada e até um pouco irresponsável de fazer isso, porque eu não tinha ideia de qual seria o resultado, de como que seria viver de música, mas hoje preciso muito deixar as mensagens para as mulheres que estão com essa dúvida de que a gente não joga absolutamente nada que a gente aprende fora. Eu jamais imaginei que, através da música, eu iria lidar tanto com a publicidade e tanto com a comunicação social”, afirmou. Para ela, a formação acadêmica agrega muito nas próprias decisões profissionais relacionadas à música e na necessidade de se reciclar buscando sempre conhecimentos novos. Essa vontade de aprender sempre mais também é ligada, segundo ela, à presença da mãe, professora de artes da rede pública do Rio de Janeiro. Foi o papel da matriarca como educadora que inspirou o clipe de “Dona de Mim”, um dos sucessos da artista, que relata a história de três mulheres diferentes. Uma delas, professora, precisa proteger crianças de um tiroteio no meio de uma aula.

“Era muito comum a minha mãe em determinado momento precisar interromper a aula e colocar os alunos embaixo da mesa porque estava acontecendo um tiroteio e é triste que muitas crianças do nosso país vivam essa realidade de medo, de ser constante alvo, e é triste saber que nem mesmo a sala de aula, esse lugar tão sagrado, oferece segurança para essas crianças”, afirmou. A representatividade dentro das produções audiovisuais, que Iza incentiva nos seus clipes, também era algo que a artista não via com frequência quando era criança. “Era mais complicado me ver na TV, me ver nas novelas, me ver nos filmes. Eu não me sentia representada ou então, quando me via nesses lugares, era provavelmente preenchendo papéis que a sociedade imaginava que eram os adequados para mim, para uma mulher negra. Não era aquilo que eu queria viver”, recordou. Ela lembra que demorou a entender que poderia ocupar lugares como a televisão e que via aquilo como uma lacuna muito grande a ser preenchida. “Você precisa se enxergar nos lugares para saber que seu sonho é possível”, refletiu.

Para ela, um modelo de referência é a própria mãe, além da autora Djamila Ribeiro e a atriz Taís Araújo, que assim como Iza deixou a comunicação social (no curso de jornalismo) para seguir a carreira artística. Como livro voltado a mulheres positivas, ela indica o “Roube como uma artista”, do autor Austin Kleon, e “A Rainha Ginga”, de José Eduardo Agualusa. O filme que marcou a vida dela foi “Pantera Negra”. “É muito legal você se sentir celebrada na frente e por trás das câmeras também. Lembro do movimento que o filme criou nos cinemas, como eu vi gente como eu indo ao cinema de bonde assistir”, recordou.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 2, na íntegra:

 

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