Fernando Siqueira Carvalho é um grande apaixonado por veículos, sejam eles terrestres ou aquáticos. Ele nos conta no artigo de hoje como surgiu a tão prestigiada Marinha do Brasil, que teve influências da Armada portuguesa, existente desde o século XII. Após o descobrimento do Brasil, os colonizadores ficaram fascinados pelas riquezas e, graças à cobiça, começaram a conquistar as imensas regiões da nova colônia.
Com grande parte da cultura portuguesa implementada em terras brasileiras, o primeiro a comandar a tão famosa força naval para defender as novas terras foi o militar e administrador colonial pernambucano Jerônimo de Albuquerque, herói da conquista do Maranhão no contexto da França Equinocial. A transferência da sede do Reino de Portugal para o Brasil, em 1808, fez com que também fosse transferida uma parte importante da estrutura, pessoal e navios da Marinha Portuguesa, que veio a ser a futura Marinha do Brasil.
A Armada Nacional, como era chamada a Marinha de Guerra brasileira, durante o regime monárquico, surgiu com a Independência do país. Fernando Siqueira Carvalho conta que as embarcações eram da transmigração da Família Real, em 1808, com poucos membros brasileiros natos, que eram proibidos de servir. Os militares portugueses serviram até um pouco mais do recém criado império brasileiro, mas quando muitas guerras começaram a ser travadas, os colonizadores ficaram com medo de perder muito das forças lusitanas e recrutaram diversos imigrantes, indígenas e escravos.
Foi durante o segundo reinado que houve o apogeu da Armada Imperial, onde foi adotado definitivamente a navegação a vapor brasileira, adquirindo novos navios para atuar em todas as revoltas do período regencial. No entanto, com o golpe militar que conduziu à Proclamação da República Brasileira (1889), acentuou-se o declínio da construção naval no país. Por quatro décadas, entre 1890 e 1930 não ocorreram lançamentos de novos meios flutuantes pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
Já no século XX, a Marinha brasileira tomou parte na Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Na Primeira Guerra, foi enviada uma esquadra para o patrulhamento do Oceano Atlântico. Já na Segunda Guerra, participou de patrulhas anti-submarino e de proteção aos comboios de suprimentos que cruzavam o oceano atlântico. Atualmente, a Marinha brasileira participa da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, conhecida como Unifil. Desde 2011, quando entrou na missão, a Marinha Brasileira lidera a Unifil em conjunto com outros países para impedir a entrada de armas e contrabandos no país.